segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cordel da Semana


A DECEPÇÃO DO ENCONTRO
                 Na Festa da Antologia
                                               Lucarocas

Para mostrar seus valores
Na prosa e na poesia
Um grupo de escritores
Tudo melhor escrevia
Para poder publicar
E assim se consagrar
Na primeira antologia.
 
Marcaram festa de gala
Num recinto da cidade
E para dar sua fala
Convidaram autoridade
Além de agremiação
Chamaram associação
E a alta sociedade.
 
Muita pompa e coquetel
Pra todo mundo saudar
Um letreiro de papel
Pra festa identificar
E mesas ornamentadas
Já estavam preparadas
Cada um com seu lugar.
 
Associação de escritores
Chamaram de Fortaleza
E as senhoras e senhores
Mostravam grande beleza
Mas numa ação de lamentos
O diretor de eventos
Gerou indelicadeza.
 
Dois artistas convidados
Pra uma apresentação
Ficaram impressionados
Com a má recepção
E a festa da antologia
Tornou-se então nesse dia
Uma grande decepção.
 
Quando chegaram ao local
Ninguém sabia de nada
E no centro social
A festa estava arrumada
Com os mais belos artigos
Mas para a dupla de amigos
Não tinha hotel nem pousada.
 
E naquele clima estranho
A dupla cedo chegou
Querendo tomar um banho
Um local não encontrou
E os dois ali esperando
Que houvesse algum comando
De alguém que os convidou.
 
Então criou-se um dilema
Pra aquela situação
Foi dado um telefonema
Para buscar solução
Mas por diversos momentos
O promotor de eventos
Não quis lhes dá atenção.
 
Enquanto os artistas sós
Ficavam então esperando
Dizia estar em Orós
Que estava logo chegando
Mas com aquela demora
O certo e que de hora e hora
O tempo ia passando.
 
E feitos outros contatos
Com o tal anfitrião
Se complicaram os fatos
Pra aquela apresentação
Pois ele se manifesta
Dizendo que está na festa
Bem naquela ocasião.
 
Ao chegar ao ambiente
A dupla foi se encontrar
Com uma porção de gente
Que estava pra festejar
E o tal anfitrião
Buscou lhe dar atenção
Para se justificar.
 
Deu desculpa esfarrapada
Pro poeta e o violeiro
E numa ação descarada
De quem é um traiçoeiro
Disse sem titubear
Para a dupla se trocar
Ali mesmo no banheiro.
 
Isso a festa começando
Com muita pompa e alegria
E a dupla observando
A tamanha hipocrisia
Que é capaz um ser humano
No macular do seu plano
Na festa da antologia.
 
A dupla ficou sabendo
Que estava tudo arranjado
O anfitrião querendo
Deixou a dupla de lado
Pois o espaço sobrava
Então ele colocava
Um amigo seu contratado.
 
Com ar de humilhação
A dupla foi pra um hotel
Pensando no anfitrião
E em seu moleque papel
Resolveu não mais voltar
Para se apresentar
Na festa do coquetel.
 
Com uma vergonha tamanha
Buscaram um novo abrigo
Pois em uma terra estranha
Também corriam perigo
E foram telefonar
Para então localizar
Alguém que lhe fosse amigo.
 
E Deus na sua grandeza
Deu-lhes iluminação
E pra alguém em Fortaleza
Foi feita uma ligação
E pra surpresa geral
A pessoa foi mais legal
Que o tal anfitrião.
 
Deu pra dupla uma acolhida
Cedendo sua moradia
Deu-lhes conforto e guarida
Com a maior alegria
E estando em fortaleza
Teve maior gentileza
Que o povo da antologia.
 
E ali em outra cidade
Tiveram muita atenção
Fizeram nova amizade
Viveram grande emoção
E descobriram que amigo
É o que lhe dá abrigo
Sem causar decepção.
 
E toda aquela viagem
Fez a dupla refletir
E criar bem mais coragem
Pra sua vida seguir
Fazendo bem seu trabalho
Sem ter nenhum atrapalho
De quem só quer destruir.
 
Esse registro de história
Vai entrar pra galeria
E vai ficar na memória
Da arte e da poesia
Quando com esse recontro
A decepção do encontro
Na festa da antologia
 
Por essa situação
Causar um constrangimento
Se faz solicitação
Pedindo deferimento
E com vergonha na face
A dupla pede da ACE
Seu total desligamento.
 
O Lucarocas poeta
E o Cayman violeiro
Seguirão a sua meta
Rumo a um novo paradeiro
Pra sua arte mostrar
Sem da ACE precisar
Pra seguir pro mundo inteiro.
 
 
Fortaleza, 25 de agosto de 2012.

sábado, 4 de agosto de 2012

Cordel da Semana


Desabafos dum alcoólatra

1
Olá, meu caro leitor
Mais uma tarefa a cumprir
Preparei mais um poema
Para você me ouvir
Uso o tema alcoolismo
Venha a mim se unir.
2
Trabalho com educação
Hoje estou aposentada
E como educar é pra sempre
Por isso não estou parada
Educo de outra forma
Uso o cordel, camarada!
3
Foi grande a minha labuta
Com o analfabetismo
Depois procurei um jeito
De combater o tabagismo
Tive uma boa resposta
Agora é a vez do alcoolismo.
4
Grande é o efeito do álcool
Saiba dessa informação
Tem um lado que estimula
O da desinibição
Mas o outro é arrasante
A sua moral vai pro chão.
5
O álcool traz euforia
Deixa você bem contente
E também descontrolado
Até ficar deprimente
Vai comendo os seus miolos
Até deixá-lo demente.
6
Vai mudando o seu humor
Primeiro vem a euforia
Um comportamento estranho
Você acha que é alegria
Noutro dia nem percebe
Está com melancolia.
7
Como isso tudo acontece
Começa a agitação
Confunde os pensamentos
Vai partindo pra agressão
Não demora muito tempo
Surge logo a depressão.
8
É triste ver uma pessoa
Na bebida se entregando
Está perdendo o seu controle
E a saúde estragando
Faz sofre toda a família
E os amigos afastando.
9
Demência é um grande mal
Pelo alcoolismo trazido
Convulsão, cirrose e morte
Tudo tem acontecido
Por causa desse maldito
Muita gente tem sofrido.
 10
Vou citar alguns exemplos
Dum alcoólatra inconformado
O mundo dos seus “amigos”
Hoje por ele contado
Eu cito aqui pra você
Mas com nome inventado.
11
José, um homem bem novo
Porém não tinha confiança
Mexia com mulher casada
Não respeitava criança
Perdeu a integridade
A sua autoconfiança.
12
Um cidadão bem vistoso
Duma família exemplar
Uma pessoa inteligente
Conquistava com o olhar
Tem filhos maravilhosos
Nada pra ele se queixar.
13
Dizia: ninguém é besta
De no bêbado confiar
O seu Joaquim quando bebe
Só faz cagar e mijar
No povo que tá dormindo
Quando vem lhe visitar.
14
Maria, uma dona de casa
Uma mulher respeitada
Engajou-se na bebida
Até ficar viciada
O álcool lhe transformou
E deixou-a esclerozada.
15
Um branco dava em Tião
E sem saber o que fazia
A calcinha da mulher
Sempre, sempre ele vestia
E quando ia pro banheiro
A sua bosta comia.
16
Depois na sobriedade
A sua mulher lhe contava.
E tudo o que lhe dizia
A sua alma judiava
Sofria que dava dó
Muitas vezes ele chorava.
17
Luzia, linda mulher!
Pelo mundo se mandou
Bebia com todo mundo
Foi perdendo o seu vigor
Muito sexo e muita droga
O seu corpo transformou.
18
Sua filha desgostosa
Que na sarjeta a mãe via
Rezava pedindo a Deus
Pra ela também um guia
Porque essa vida triste
Pra ela nunca queria.
19
Tomara que essa história
Vá servindo de lição
Ver assim um ser humano
Hoje me corta o coração
E faço a todos um convite:
Venha salvar-se, meu irmão!
20
Hoje eu vivo escapando
Correndo para o AA
Tentando com muito esforço
Do maldito me livrar
É um vício desgraçado
Mas de mim não vai ganhar.
21
Termino aqui um desabafo
Dum homem prejudicado
Aguardo esperançosa
Que ele tenha lhe ajudado
Veja os ensinamentos
Não se sinta incomodado.
22
Não sinta irmãos, por favor!
Que isso é preconceito
É só uma forma diferente
De eu arranjar um jeito
De lhe mostrar que é doença
Não penso que é defeito.
23
Alcoolismo é doença
E difícil de tratar
Deixe que a sua família
Possa de você cuidar
Dê o seu consentimento
Pra ela colaborar
24
Agora findo a minha parte
Que é de lhe transmitir
Os males da humanidade
Que podem lhe destruir.
Grande é a beleza da vida
Pra você usufruir.

                     Nelcimá morais
                              João pessoa-PB                                  
                                      30/07/12

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Encontro Poético/Musical






Encontro poético/musical no Tambaú Grill - Av N.S. dos Navegantes, dia 10 de agosto, às 20:30h.
Serão reservadas 50 mesas ao preço de 220 reais para 4 pessoas, com direito a um prato de camarão ao alho e óleo, mais um prato de frango à passarinho.
As reservas poderão ser feitas pelos telefones - 8856.7075 e 9905.0107, ou no local do encontro.

CORDEL & SAMBA na FEIRA para homenagear JOVELINA PÉROLA NEGRA



O lançamento oficial do livreto de literatura de cordel " JOVELINA PÉROLA NEGRA e a Confusão na Feirinha da Pavuna", de autoria de Victor Lobisomem , vai acontecer no próximo domingo dia 5 de agosto a partir da 11 da manhã na roda de samba da Feira da Glória. Este cordel é uma pequena homenagem à Jovelina e foi inspirado na letra da música “Na Feirinha da Pavuna” de sua autoria. Expressões retiradas de outras composições gravadas por ela também foram utilizadas no intuito de fazer alusão a sua obra musical. Entre barracas de frutas e verduras, reunindo músicos, compositores e gente da cultura, comendo pastel e tomando caldo de cana ou cerveja gelada, nessa que é uma das feiras mais simpáticas do Rio.
Rola pertinho do histórico relógio (1905) do bairro, próximo à estação do metrô Glória.
Horário: 11h às 17h. Entrada Franca


A roda de samba é um evento da Associação de Moradores AMA-Glória e é comandada pelo grupo Time de Crioulo

O AUTOR do CORDEL



Victor Alvim, conhecido também como “Lobisomem, é carioca, capoeirista discípulo de Mestre Camisa e membro da ABADÁ-CAPOEIRA; Poeta popular membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel onde ocupa a cadeira 27 tendo como patrono o poeta pernambucano Severino Milanês. Compositor e cantador, depois de participar de diversos cds da ABADÁ-CAPOEIRA, lançou em 2009 seu primeiro cd solo intitulado CAPOEIRA POPULAR BRASILEIRA; Atua no espetáculo musical BESOURO CORDÃO DE OURO e também do CD CAPOEIRA DE BESOURO, de Paulo Cesar Pinheiro. O CD é vencedor do Prêmio da Música Brasileira e indicado ao
GRAMMY.


Outros títulos do autor:
- A CHEGADA DE BEZERRA DA SILVA NO CÉU
- O ENCONTRO DE JORGE BENJOR COM SÃO JORGE
- A FANTÁSTICA HISTÓRIA DE ZECA PAGODINHO E O DISCO VOADOR
- O ENCONTRO DE LUIZ GONZAGA COM MESTRE WALDEMAR
- A PELEJA DE LAMPIÃO COM BESOURO MANGANGÁ
- CACIQUEANDO EM CORDEL – Os 50 ANOS DO CACIQUE DE RAMOS
entre outros





CANTORIA: OS NONATOS

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