sexta-feira, 30 de março de 2012

Fernando Pintassilgo

J. BORGES RELANÇA O DOM QUIXOTE


Capa da segunda edição, gravura de J. Borges baseada em desenho de Jô Oliveira

Capa da primeira edição (Jô Oliveira)

Meu amigo e parceiro JÔ OLIVEIRA é de uma modéstia e humildade admiráveis. Excessivas, até, eu diria. Em suas entrevistas costuma dizer que a gravura popular de J. Borges e a cerâmica de Vitalino de Caruaru são as suas maiores fontes de inspiração. Por conta disso, além de ser amigo de J. Borges, é também um admirador confesso e às vezes chega mesmo a considerá-lo seu "mestre". Eu, particularmente, também admiro a arte do gravador (do poeta, nem tanto) José Francisco Borges, o famoso J. Borges, tão incensado por Ariano Suassuna e outros intelectuais nordestinos.
Há bem pouco tempo, Jô Oliveira ilustrou um texto de J. Borges, trata-se de uma adaptação do famoso romance de Miguel de Cervantes, o Dom Quixote de La Mancha, que certamente foi enrequecido com seu traço magistral e inconfundível.
Agora, J. Borges relança o mesmo livro com gravuras de sua autoria, porém baseadas nas ilustrações de Jô Oliveira que se sentiu muito honrado com essa gentileza, uma verdadeira homenagem, nas suas palavras. Eu, particularmente, acho que Jô Oliveira tem talento de sobra, é um artista que não deixa nada a dever a Ziraldo, Flávio Colin, Mozart Couto e outros grandes nomes do quadrinho brasileiro. Tem um estilo próprio, inconfundível, realmente baseado na xilogravura, mas não apenas na gravura de Borges, mas de todos os mestres desse ramo artístico, dentre os quais destacam-se também Stênio Diniz, José Lourenço, Abraão Batista, Dila e Minelvino.
Gravura de J. Borges baseada em desenho de Jô
É bom saber que um artista como Jô Oliveira, que já ilustrou mais de 100 livros, que já conquistou prêmios na Europa, que já criou mais de 50 selos para os Correios (alguns deles premiados nos maiores eventos de filatelia do mundo) não perdeu a sua humildade, a sua modéstia e a sua ternura. "Hay que endurecer-se sín perder la ternura, jamás", pregava o guerrilheiro das Américas Ernesto 'Che' Guevara. Viva o Jô Oliveira e viva também o J. Borges, que soube reconhecer o seu grande talento.

Arievaldo Viana


CHICO ANYSIO EM CORDEL


CHARGE: Amarildo - Chargista e Editor de Ilustração do jornal A Gazeta de Vitória-ES.

 

CHICO ANYSIO NO CÉU


Stélio Torquato Lima

A brisa é que revelou
O causo que ora conto.
Eu ri tanto da história,
Que até mesmo fiquei tonto.
Agora, sem perder tempo,
Conto-lhes tudo de pronto. 
Disse a brisa que no céu
Chegava uma multidão,
Quando um anjo que guardava
O celestial portão,
Saiu dali numa corrida
E com grande aperreação.

Poesia de Carlos Aires



VIDA E MORTE DE CHICO ANYSIO
Carlos Aires
Pescado da coluna "Proseando na Sombra do Juazeiro", 
do Jornal da Besta Fubana 


O Senhor Francisco Anysio
De Oliveira Paula Filho
Astro luzente na arte
Sua estrela tinha brilho
Gestor de muitas imagens
E de tantos personagens
Cada um com sua pose
O cidadão incomum
Veio ao mundo em trinta e um, (1931)
Partiu em dois mil e doze


Ceará foi seu Estado
Maranguape onde nasceu
Foi ao Rio de Janeiro
E lá se estabeleceu.
Exímio radialista
Que se tornou humorista
De sucesso nacional
Em diversas emissoras
Tendo as fases promissoras
No universo “Global”


Foi em vida um grande astro
Com sua mega estrutura
Inventivo habilidoso
De vasta desenvoltura
Dando vida as criações
Viveu mendigos, vilões.
Celebridades, plebeus
Fez: pastores, sacerdotes.
Soube explorar bem os dotes
Que ganhou das mãos de Deus

Vida Além do Direito

CORDELISTA ENCANTADO

O estalo pode acontecer a qualquer momento, basta surgir uma boa história. E que seja ali mesmo, na mesa de audiência: pelo inusitado do pedido, do contraditório inconsequente ou, ainda, da postura folclórica do réu.
Não parece fácil transformar episódios do cotidiano em textos criativos, com pitadas de elementos do mundo jurídico. Mas o juiz federal Marcos Mairton tira isso de letra. Da comarca de Quixadá, no interior cearense, produz relatos divertidos da experiência forense por meio de contos narrados em verso, os cordéis. Uma paixão.

Arte especial, inconfundível. “Uma das diferenças entre o cordelista e o repentista é que enquanto o repentista faz os versos na hora, de repente, conforme o tema do qual é incumbido pela platéia ou pelo patrocinador, o cordelista faz os seus versos em prazo maior, reservadamente, e depois os apresenta. Daí ser chamado também de poeta de gabinete”, explica Mairton, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará. 

Os 100 anos de nascimento do nosso Rei do Baião

100 Anos Nascimento do Nosso Rei do Baião
100 ANOS NASCIMENTO DO NOSSO REI DO BAIÃO
Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara,
residente em Salvador
Cem anos de nascimento
Do nosso Rei do Baião
Que poetizou o sertão
Com amor e encantamento.
Fez do “fole” um instrumento
Capaz de nos encantar
E assim pôde juntar
Arte, paz e amizade…
Gonzagão é a majestade
Da cultura popular.
Luiz Gonzaga está vivo
No coração do Nordeste
Um cantador inconteste
Um sertanejo inventivo
Um sanfoneiro expressivo
Muito mais que um avatar
Que soube valorizar
O nordeste de verdade…
Gonzagão é a majestade
Da cultura popular.

SERTÃO DE ROUPA NOVA




 Na foto o pé de muçambê dentro do açude,
No sítio Cantinho da Dalinha em Ipueiras - Ce

SERTÃO DE ROUPA NOVA
I
Os açudes estão cheios
A natureza faz festa.
A flora sorvendo chuvas
O seu verdor manifesta.
Flores bordam a campina,
E a natureza se anima
Ao fulgor que a chuva empresta.
II
É o sertão de roupa nova,
É a caatinga reflorida.
Reaparecem as flores
O verde traz nova vida.
É o brotar da esperança
É a chegada da bonança
É a caatinga colorida.
III
A chuva faz seu milagre,
Quando molha meu rincão.
A vida brota em cores
Com a umidade do chão.
A paisagem é tão bela
Abrolha nova aquarela,
Colorindo meu sertão.
Texto e foto de Dalinha Catunda.

CANTORIA: OS NONATOS

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