quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"Bate papo com o Autor"

Caros amigos, especialmente os residentes no Recife e região metropolitana,



Próximo sábado, 1º de outubro, às 16 horas, estarei fazendo um "Bate-Papo com o Autor", na VIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no estande "Causos e Cordéis Bodega Cultural", coordenado pelos poetas Ismael Gaião e Felipe Júnior.

O tema central será o livro recém admitido no PNBE, "O Quilombo do Encantado", editado pela Conhecimento Editora, com ilustrações de Jabson Rodrigues. Mas pretendo conversar sobre outras coisas, declamar uns cordéis e até cantar um pouco.

Será um prazer encontrá-los lá.

Marcos Mairton

PALESTRA: A LITERATURA POPULAR EM DEFESA DOS ANIMAIS

Atenção, meus amigos! nesta sexta, dia 30 de setembro de 2011, às 14:00 horas, estarei proferindo uma palestra sobre A LITERATURA POPULAR EM DEFESA DOS ANIMAIS, no Centro de Vivência da UFPB, em evento intitulado: I SEMANA DA CONSCIENTIZAÇÃO ECOLÓGICA: OS ANIMAIS E A RESPONSABILIDADE SOCIAL. Durante a palestra haverá recital e o músico e compositor JEOVAN MORAIS estará fazendo Show, apresentando músicas pertinentes ao evento. Convidem os amigos, familiares ets, por favor, porque vai ser muito divertido e proveitoso. Quero vê-los lá. Tugueduguedugue... Um abraço de Nelsão.

domingo, 25 de setembro de 2011

Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature

Symposium: September 26-27, 2011
Thomas Jefferson Building, Room 119
10 First Street, SE
Washington, DC


A Volta Do Cangaceiro Lampião — via Internet (The Bandit Lampião Returns — by Internet) by Marcelo Soares. Timbaúba, Pernambuco: Folhetaria Cordel, 2005. Woodcut by the author. Literatura de Cordel Brazilian Chapbook Collection (AFC 1970/002: M 07702) American Folklife Center, Library of Congress.

 

The American Folklife Center at the Library of Congress is sponsoring a free, two-day symposium entitled Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature. Presentations will focus on the history of literatura de cordel, a form of popular literature from northeastern Brazil, as well as accompanying traditions. These include the composition of poems, lyrics, and stories; the creation of woodblock images; and performances inspired by literatura de cordel. Co-sponsors for the event are the Hispanic Division and the Rio de Janeiro Office of the Library of Congress, as well as the Embassy of Brazil in Washington, DC. Additional support and assistance is provided by the Library's Poetry and Literature Office.

"Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Popular Literature," will draw attention to the American Folklife Center's collections of literatura de cordel, which are among the most extensive in the world. The symposium will also explore the artistry, narrative, and iconography of cordel in order to examine the tradition during the recent past, and to encourage research on these compelling collections. Noted scholars of cordel will be featured, as will the artistry of cordel poets, singers, and woodcut artists. The symposium is timed to coincide with this year's Organization of American States' Inter-American Year of Culture.

The free two-day public symposium will take place on Monday, September 26 and Tuesday, September 27, 2011 in Room 119 on the first floor of the Library's Thomas Jefferson Building, 10 1st Street S.E., Washington D.C. Attendance at the symposium is free of charge, but registration is required

Fonte: www.loc.gov/folklife/Symposia/litcordel/ via Cordel Paraíba

Imagem: correiodatarde.com.br

Saiba fatores que tornaram Cordel Encantado um sucesso

Saiba fatores que tornaram Cordel Encantado um sucesso 

Cordel Encantado" chega ao fim nesta sexta-feira (22), mas vai deixar saudades.
A novela da Globo subverteu a lógica de que o público das 18h é conservador e abusou do experimentalismo.
Com produção impecável, não só manteve a audiência como conquistou telespectadores que não estavam habituados ao horário.
A trama de Duca Rachid e Thelma Guedes bateu diversas vezes na casa dos 30 pontos, fato raro para a faixa nos últimos tempos.
Ganharam as autoras, que terminam a novela com prestígio em alta, a emissora, que provou que --quando quer-- sabe fazer produtos de qualidade, e, principalmente, o público, que se deliciou com as histórias de Brogodó e Seráfia e de seus moradores fantásticos.
Veja cinco fatores que tornaram a novela um sucesso:

A ABERTURA
A novela se destacou por vários motivos, começando pela abertura. A animação com imagens que remetem à literatura de cordel tem tudo a ver com a temática sertaneja. Acompanhada pela bela canção "Minha Princesa", composta por Gilberto Gil e cantada por ele e por Roberta Sá, acabou se tornando uma das mais inventivas --e belas-- dos últimos tempos.

O ELENCO
Fazia tempo que não se via na televisão um elenco tão inspirado. Todos os atores estavam bem em seus papéis. Houve críticas apenas no começo da trama ao sotaque "nordestino" do casal de protagonistas, mas nada que atrapalhasse o desempenho da novela. Destaque para Bruno Gagliasso, Débora Bloch (foto) e Domingos Montagner, que emocionaram o público.

O FIGURINO
Comandada pela figurinista Marie Salles, a equipe de artesãs e bordadeiras da própria Globo desenvolveu as peças usadas pelos personagens, incluindo os 720 vestidos usados pelas mulheres de Seráfia. Os acessórios também chamaram a atenção. As coroas estiveram entre os itens mais procurados na Central de Atendimento ao Telespectador da emissora.

A FOTOGRAFIA
Primeira novela gravada em 24 quadros, a trama ficou com cara de cinema também pelo uso de lentes especiais. Houve ainda a ajuda das belas locações, na França e em Sergipe. O diretor de núcleo Ricardo Waddington chegou a afirmar no começo das gravações que a fábula da princesa Aurora (Bianca Bin) pedia um tratamento de imagem diferenciado.

O TEXTO
A mistura de elementos de cangaço e de contos de fadas deu liga. Duca Rachid e Thelma Guedes (foto) souberam costurar com delicadeza a colcha de citações, que foram de João Cabral de Melo Neto a "O Homem da Máscara de Ferro". Também foi encantador embarcar na fantasia das autoras por um tempo, fugindo do naturalismo da maioria das tramas atuais.

Fonte:  www.pbagora.com.br via Cordel Paraíba

Cordel ‘renasce’ e nordestinos ganham mais espaço em Ribeirão

Cordelistas abusam do bom humor para ilustrar histórias do cotidiano e também fatos históricos

Alagoano José Ferreira Andrade teve primeiro contato com o cordel aos 11 anos, numa feira de Olho D’Água

Alagoano José Ferreira Andrade teve primeiro contato com o cordel aos 11 anos, numa feira de Olho D’Água

Frases curtas e rimadas. Uma história enxuta, mas que vai fundo no recado. Com muita irreverência dos autores, na grande maioria nordestinos radicados em Ribeirão Preto, a literatura de cordel está ganhando espaço na cidade. Há quase um ano, projeto é realizado no Parque Maurílio Biagi, na zona Oeste.

O local recebe produtores da rica literatura e curiosos, que nos últimos meses aumentaram bastante. "Por causa da novela [Cordel Encantado, da Rede Globo], muita gente se interessou por esta cultura. Cabe agora a nós, produtores, não deixar isso acabar", diz Carlos Tampa, um dos responsáveis pelo trabalho no parque.

Tampa é bastante conhecido no meio musical, principalmente por conta dos repentes, mas o cordel foi seu primeiro trabalho, ainda no interior de Pernambuco, seu estado natal.

"Quando comecei a trabalhar, ainda muito jovem, vendia macaxeira na feira, em Goiana-PE. Aprendi a fazer cordel para atrair os clientes", afirma Tampa, hoje com 47 anos.

Cara nova

Outro que teve acesso ao cordel nas feiras nordestinas foi José Aparecido Ferreira de Andrade, 32, que está em Ribeirão há apenas cinco meses. Ele veio de Olho D’Água da Flora (AL).

"Tinha 11 anos quando vi o cordel pela primeira vez. Eu fui à feira e vi um homem com uma violinha fazendo cordel. Esqueci até o que minha mãe havia pedido para comprar", afirma.

Ferreira de Andrade ainda não conhece o grupo de Ribeirão Preto, mas diz que irá participar do próximo encontro. "Não sabia que existia, agora vou procurar. Quero mostrar o que tenho de material", comenta.

Mistério

Os cordelistas apontam um dos segredos utilizados para conseguir comercializar os trabalhos produzidos: o mistério.

"Lembro, quando era criança, dos cordelistas começarem a contar a história e depois falarem: ‘se você quer saber o final, compre o cordel’. Isso me dava muita raiva, mas hoje também faço", diz Ferreira de Andrade.

Tampa diz que também ficava curioso no começo, mas que hoje é adepto da famosa frase utilizada pelos cordelistas.

"A cultura oral é muito forte, por isso precisamos chamar a atenção", diz.

O cordelista também comenta que o cordel é uma ótima ferramenta de inclusão. "No cordel, mesmo quem não sabe ler participa, já que ele pode escolher o cordel e passar para os ‘homens da corda’, como são conhecidos os cordelistas, lerem", afirma Tampa.

As histórias agradam ao público que já esteve acompanhando o projeto no Maurílio Biagi.

"É muito divertido e curioso. Fiquei impressiona com a facilidade e riqueza das histórias", diz a vendedora Sônia Regina Freitas Barbosa, 33.

Fonte: www.jornalacidade.com.br via Cordel Paraíba

CTN divulga resultado do concurso Festival de Cordel

O Centro de Cultura Nordestina de São Paulo-CTN divulgou os vencedores do Concurso Festival de Cordel. O primeiro lugar ficou com o cordelista baiano, radicado em São Paulo, Varneci Nascimento. Abaixo, a relação completa dos premiados:

RESULTADO DO CONCURSO "FESTIVAL DE CORDEL"

A Comissão Julgadora do1º. Concurso CTN de Literatura de Cordel promovido pelo CTN divulga a relação dos vencedores:

  • 1º Lugar para o cordel intitulado "A saga do nordestino em São Paulo" de autoria de Varneci Nascimento;
  • 2º Lugar para o cordel intitulado "Primeira Vez" de autoria de Francisco Pereira Gomes;
  • 3º Lugar para o cordel intitulado "Um Zé Nordestino na cidade de São Paulo" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros.Além destes vencedores, a Comissão Julgadora também selecionou outros dezessete cordéis, conforme Regulamento:
  • "Martírio dos Nordestinos na Capital Bandeirante" de autoria de Marciano Batista de Medeiros;
  • "A presença nordestina no Estado de São Paulo" de autoria de Júnior Vieira;
  • "A Marca Nordestina em São Paulo" de autoria de Luiz Moraes Santos;
  • "Nasce o homem iludido, nas barrancas do sertão" de autoria de Miguel Francisco Jacó de Souza;
  • "Na Base da Saia Curta" de autoria de Sidnei Pereira Benevides;
  • "Nordestino Aventureiro" de autoria de Ruth Hellmann Claudino;
  • "A capital nordestina!" de autoria de Odila Schwingel Lange;
  • "A odisseia nordestina na terra dos bandeirantes" de autoria de Hélio Alexandre Silveira e Souza;
  • "São Paulo: a capital nordestina" de autoria de Alice Fernandes de Morais;
  • "Da seca do nordeste à capital paulistana" de autoria de Edilson de Oliveira;
  • "Paulistano Nordestino" de autoria de Damião Batista de Moura Sena;
  • "O legado nordestino na terra Piratininga" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros;
  • "Torcicolo cultural" de autoria de Bárbara Esmenia;
  • "A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo" de autoria de Maurício Fonseca dos Santos;
  • "A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo II" de autoria de José Carlos Paulo da Silva;
  • "A presença nordestina na capital paulistana" de autoria de Isaura Melo;
  • "A presença nordestina na cidade de São Paulo I" de autoria de José Carlos Paulo da Silva.Os cordéis acima relacionados formarão um box contendo as 20 melhores obras selecionadas neste concurso e serão publicadas e distribuídas gratuitamente a entidades culturais, bibliotecas e também na rede pública de ensino do Estado de São Paulo.
    Fonte:   Cordel Atemporal via Cordel Paraíba

  • sábado, 24 de setembro de 2011

    HOMENAGEM: GERALDO AMÂNCIO HOMENAGEIA O FALECIDO POETA JOSÉ ALVES SOBRINHO

    O cantador paraibano José Alves Sobrinho foi um dos maiores repentistas de todos os tempos no mundo da cantoria e um respeitado pesquisador da cultura do repente e da Literatura de Cordel. Em parceria com o professor Átila de Almeida, também falecido, lançou uma obra fundamental para a pesquisa dessas duas vertentes: O Dicionário Bio-Bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, publicado em dois volumes pela Editora da UFPB

    O poeta GERALDO AMÂNCIO, admirador confesso de José Alves Sobrinho, que faleceu aos 90 anos no último dia 17 de setembro, em Campina Grande-PB, prestou-lhe uma sentida homenagem nesse texto a seguir:

    "A cantoria existe há quase dois séculos no Brasil,  nesse campo já passaram milhares e milhares de cantadores. Na minha avaliação, na minha ótica e pela a experiência que tenho ao longo dos anos, não houve até hoje ninguém que superasse o talento de José Alves Sobrinho. Isso eu tive a felicidade de dizer ao mesmo. José Alves Sobrinho, formou com Dimas Batista a mais perfeita dupla de cantadores que o mundo ouviu. É de nossa autoria a antologia"de repente cantoria" cujo prefácio foi feito de uma carta que o referido poeta me mandou. Para não ser muito prolixo, vou deixar postadas aquí duas estrofes desse imortal menestrel que nunca teve a fama que mereceu.

    Cantando com o poeta Gerson Carlos,  num festival em Cajazeiras -PB, foi solicitado seguinte mote em homenagem ao prefeito Quirino: Só Quirino enlargueceu, a rua José Tomaz. Eu ouví pelo rádio e memorizei essa obra prima de improviso.

    ERA FRACA A SIMETRIA
    DA RUA QUE ERA MAL FEITA,
    ALÉM DE TORTA ERA ESTREITA
    AO TRÂNSITO INTERROMPIA.
    TODO MUNDO PROMETIA
    MAS QUEM PROMETE NÃO FAZ,
    VEIO QUIRINO UM BOM RAPAZ
    FEZ O QUE NÃO PROMETEU,
    SÓ QUIRINO ENLARGUECEU
    A RUA JOSÈ TOMAZ.

    O grande poeta cantava numa casa, onde estavam comemorando o aniversário do pai e do filho, ele magistralmente constrói essa sextilha:

    TEMOS DOIS ANIVERSÁRIOS
    COM IDADES DIFERENTES,
    O PAI ENTRE OS PECADORES,
    O FILHO ENTRE OS INOCENTES,
    O PAI MUDANDO OS CABELOS,
    O FILHO MUDANDO OS DENTES

    Posso afirmar sem medo de errar, que cantando de improviso mesmo, na safra atual não há ninguém com o talento de um José Alves Sobrinho. Que Deus o acolha no mais sublime dos reinos.

    Geraldo Amancio.

    O Dicionário é uma referência obrigatória na pesquisa do cordel e da cantoria

    VER TEXTO COMPLETO AQUI: www.acordacordel.blogspot.com

    domingo, 18 de setembro de 2011

    LUTO - MORRE EM CAMPINA GRANDE-PB AOS 90 ANOS O POETA JOSÉ ALVES SOBRINHO

    Morre aos 90 anos o poeta José Alves Sobrinho, vítima de complicações de um câncer o poeta morreu neste sábado dia 17 de setembro na cidade de Campina Grande-PB.






    Foto: O poeta José Alves Sobrinho , o primeiro, à esquerda da foto.


    José Alves Sobrinho: Poeta popular paraibano; pesquisador do cordel e da cultura popular. Fez uma parceria importante com o professor e pesquisador (falecido) Átila Almeida, pesquisando em todo Nordeste sobre o cordel. Ex- cantador de viola. Chegou a perder a voz depois recuperou. Funcionário aposentado da Universidade Federal da Paraíba. (Campina Grande-Pb). Lá organizou juntamente com o professor Átila um arquivo por volta de 5 mil folhetos de cordel. Deu inclusive cursos rápidos (de extensão) de literatura popular na Universidade, no antigo Nell. Autor de vários livros: Sabedoria de Caboclo (1975); Glossário da Poesia Popular (1982); Matulão de um Andarilho (1994); Dicionário Biobibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada: parceria com Átila Almeida (1977); Os Marcos e Vantagens: parceria com Átila Almeida (1981). Obras a sair: No Fundo do Matulão, Cantadores com quem cantei, Datação de Palavras, A Glosa, Memórias de um Cantador.


    Postagem: ROBÉRIO VASCONCELOS
    Fonte: JPB 2º EDIÇÃO 17/09/2011
    Blog Cordel da Paraíba

    quarta-feira, 14 de setembro de 2011

    Bibliotecários Guardiões

    Autor: Renan Wangler
    Título: Bibliotecários Guardiões


    Servos e senhores.
    Somos gestores,
    Pelo conhecimento, atores.

    Provendo transformações,
    Eternos agentes do devir.
    Trabalhamos vislumbrando o por vir.

    Somos guardiões da ação consciente.
    Da tradição, da memória,
    Da educação e dos rumos da história.

    Herdeiros dos sábios,
    Dos luxuosos porões.
    Segredos e mistérios em nossas mãos.

    Em ensinar a aprender,
    Um desafio, um pendão.
    Eis hoje nossa missão.

    Arda e farta é nossa labuta,
    Andando sem reconhecimento.
    Porém sorriam! Esse é nosso momento.

    Novas mídias, novos formatos,
    Trazendo nosso novo status:
    Porta-Vozes do futuro.

    Nossa luz não se apagará,
    Pois somos reis e peões.
    Hoje e sempre. Bibliotecários Guardiões.


    Por: Renan Wangler

    Publicado no Recanto das Letras em 08/06/2011
    Código do texto: T3022146

    Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Autoria de Renan Wangler do Blog: perfil-rw.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas
    Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3022146

    Teia de Cordéis - Diálogos IV... Mulheres em cantos e versos

    A literatura brasileira, seja na esfera denominada “erudita” ou “popular”, fora marcada, ao longo dos anos, pelo traço patriarcal de sua sociedade. O monopólio masculino construíra representações sobre o gênero feminino que ora denegriam sua imagem, ora vetavam seu acesso ao consumo e produção literária.


    A Prefeitura do Recife, por meio do Museu de Arte Popular (MAP), equipamento da Fundação de Cultura Cidade do Recife, convida a todos para uma boa conversa com a pesquisadora Ângela Grillo (História/UFRPE) e as cordelistas Susana Morais e Mariane Bígio sobre a trajetória feminina na Literatura de Cordel nacional e suas técnicas para driblar o machismo e a (in)visibilidade social.

    Data:14 de setembro, às 19h

    Local: Centro Cultural dos Correios (Av. Marquês de Olinda, 262, Bairro do Recife – Próximo a praça do Marco Zero)






    Por: Alesson Gois

    Coordenador de Pesquisa e Difusão Cultural MAP
    Informações: (81) 3355-3110

    CONVITE FEIRA DE LIVROS

    Por José Acaci
    Nos dias 14, 15 e 16 de setembro acontecerá a Trigésima Feira de Livros do SESC. Eu fui convidado pelo SESC a escrever um cordel(veja o anexo) falando da história e da importância dessa grandiosa feira de livros que, neste ano especial, acontecerá no Complexo Cultural de Natal (Antiga Penitenciária João Chaves), que terá suas portas abertas para visitantes, escolas ou entidades interessadas pelo livro e pela cultura de um modo geral, a entrada é franca. Foram produzidos quatro mil exemplares do cordel, que serão distribuidos gratuitamente.Na programação eu estarei ministrando Oficina de Literatura de Cordel e, no dia 15/09 às 9 h e 15 min estarei no palco apresentando o Show de cordel e poesia "Conselhos Pra Juventude".

    Espero encontrá-los lá.

    Lembrando: Complexo Cultural de Natal (Antiga Penitenciária João Chaves) - Zona Norte - Natal/RN.
    dias: 14, 15 e 16, das 8 h da manhã às 5 h da tarde.

    Um abraço a todos.


    FEIRA DE LIVROS DO SESC TRINTA ANOS DE HISTÓRIA NAS ESTROFES DO CORDEL


    Autor: José Acaci


    Que a musa inspiradora
    do gênio do menestrel
    dê-me criatividade
    pra eu botar no papel:
    trinta anos de uma feira
    nas estrofes do cordel.

    No ano de oitenta e um (1981)
    esse projeto surgiu,
    nesse tempo se chamava
    Feira do Livro Infantil,
    e se espalhou por todos
    os SESC’s desse Brasil.

    No ano dois mil e cinco
    já tava consolidada,
    e a palavra “infantil”
    foi por decisão trocada
    por “infanto-juvenil”
    e a coisa foi acertada.

    Segundo os coordenadores
    a feira é um instrumento
    de incentivo à leitura,
    que busca a todo momento
    dar o acesso à cultura,
    lazer e conhecimento.

    Foi no SESC do Alecrim
    a primeira edição
    desse grandioso evento
    em prol da educação,
    por que ensina a criança
    a ser um bom cidadão.

    Promovendo acesso ao livro,
    incentivando a leitura,
    dando espaço aos escritores,
    da nossa literatura,
    e fazendo homenagens
    a quem faz nossa cultura.

    Quem já visitou a feira
    levou na sua memória
    as palestras, seminários,
    e contações de história,
    e levou dentro do peito
    a sensação de vitória.
    Vendas e trocas de livros
    com a presença dos autores.
    Oficinas de leitura
    mostrando nossos valores:
    os brincantes, os palhaços,
    artistas e escritores.

    É o SESC trabalhando
    e cumprindo seu papel
    de promover a leitura
    usando a fórmula fiel:
    amor, leitura, poesia,
    arte, cultura e cordel.

    Todo ano a feira traz
    um tema para leitura:
    meio ambiente, folclore,
    história, literatura,
    e a valorização dos nomes
    que fazem nossa cultura.

    É o SESC incentivando
    a formação de leitores,
    a divulgação de livros,
    a luta dos escritores,
    a cultura brasileira
    e a garra dos editores.

    Eu diria que essa feira
    é um grande relicário
    do incentivo à leitura,
    mantendo o lindo cenário
    do contato criativo
    do universo literário.

    Os lançamentos de livros,
    as palestras e oficinas,
    danças, comidas e festas,
    e as culturas nordestinas
    ficam guardados na mente
    dos meninos e meninas.

    A feira se expandiu
    para o SESC Seridó,
    levando conhecimento
    ao povo de Caicó,
    e pros SESC’s das cidades
    Macaíba e Mossoró.

    A feira aqui em Natal
    é um evento de porte,
    no SESC de Potilândia
    cada vez fica mais forte,
    e também no SESC LER,
    que fica na Zona Norte.

    No ano dois mil e onze
    o SESC fez parceria
    com o Governo do Estado
    e nos deu a alegria
    de ter a junção das feiras
    de cultura e poesia.

    E para comemorar
    vamos arrochar o nó.
    Os dois SESC’s de Natal
    unidos numa feira só,
    no espaço da UERN
    vai ser de levantar pó.

    Este ano o SESC faz (2011)
    um trabalho diferente,
    com a criatividade
    de todo seu contingente,
    unindo a feira de livros
    ao tema Meio Ambiente.

    O incentivo à leitura
    é o ponto de partida
    para ensinar às crianças,
    de maneira divertida,
    que esse tema está ligado
    à qualidade de vida.

    Cada profissional
    sabe dos seus afazeres
    pra ensinar as crianças
    a usar os seus saberes,
    e para ter consciência
    dos direitos e deveres.

    É uma soma de esforços
    pra montar uma estrutura
    pra fazer a juventude,
    com carinho e com ternura,
    ter os primeiros contatos
    com nossa literatura.

    Discutindo as consequências
    do aquecimento global,
    o SESC visa trazer
    pro contexto social
    uma visão de um mundo
    mais humano e mais plural.

    A poluição do ar,
    a destruição da serra,
    o lixo que produzimos,
    as consequências da guerra,
    e todo o mal que eles trazem
    pro nosso planeta terra.

    Tudo isso apresentado
    de formas interessantes,
    usando a ludicidade
    dos artistas e brincantes,
    pra deixar bem fixado
    na mente dos estudantes.

    É o SESC abrindo as portas
    para que a comunidade
    tenha acesso à leitura
    e dando oportunidade
    do povo desenvolver
    sua curiosidade.

    Parabéns aos estudantes.
    Parabéns aos professores.
    Parabéns aos funcionários,
    artistas e escritores,
    e parabéns às crianças
    nossos maiores valores.

    Parabéns aos diretores
    por levantar a bandeira,
    e eu peço ao povo presente
    de uma forma prazenteira
    mil aplausos para o SESC
    por essa bonita feira.

    Termino aqui meu cordel
    dizendo em minha poesia:
    que Deus abençoe a todos,
    lhes dê paz e harmonia
    pra vocês e para os seus,
    fiquem com as bênçãos de Deus,
    adeus, até outro dia.

    FIM

     
    Reproduzido do Blog de Beth Baltar: http://www.blogbethbaltar.blogspot.com/ e do Blog Cordel da Paraíba http://cordelparaiba.blogspot.com/



    

    terça-feira, 6 de setembro de 2011

    Biu Laboredo e a incrível arte de fazer brinquedos -

    Publicado em 04.09.2011, às 21h30
    Bonequeiro tinha 12 anos quando vendeu os primeiros brinquedos
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    Fotos: Nilton Villanova/ Divulgação
    Breno Pires Do NE10

    Severino tinha nove anos e não tinha brinquedos. Ao bater o olho num mané-gostoso que desfilava nas mãos de seu irmão mais velho, quis um igual. Para quem não conhece esse brinquedo tradicional, seja por ser muito novo, seja porque nunca lhe ensinaram o nome, é aquele boneco de madeira colorido que dá cambalhotas quando uma mão aperta as suas hastes. O caso é que Biu, menino pobre, da roça, da cidade de Bezerros, Agreste pernambucano, não tinha condições de comprar um desses. Então lançou-se na aventura de fazer um só para si.

    Com disposição e tempo, na base do improviso, ele começou cortando na faca os pedaços de madeira. Arranjou dois pregos velhos e bateu. Para fazer a articulação do boneco, era preciso furar os braços, e o fez usando um espeto quente, que colocou no fogo até ficar vermelhinho. A fumaça quente subindo ao olho o fez chorar, mas não desistir, recorda o artesão Severino Gomes, 51 anos. “Foi meu primeiro brinquedo.”

    Biu Laboredo, como se apresenta, vive de produzir ao infinito o mané-gostoso e o carrinho de madeira, ofício da sua vida. É um autêntico fazedor de brinquedos. “Eu vivo hoje através da brincadeira da minha infância”, reflete.

    “A vida foi sempre assim, brincando e fazendo brinquedo”, diz Biu, que produz, junto com sua esposa, Lucineide, de 38 anos, e dois assistentes, no Núcleo de Produção Artesanal de Bezerros, uma média de 5.000 manés-gostosos por mês. Eles representam dois terços da receita mensal, que é completada com a venda de carrinhos de madeira e a produção de artigos de marcenaria, sobretudo para decoração de quartos infantis.




    Para fabricar e vender tantos itens, Biu e equipe não brincam em serviço. “Eu trabalho 12, 13 horas por dia. Tem dias que eu saio daqui às 11 da noite, meia-noite”, diz. Ele tem sete clientes fixos, compradores da maioria da sua mercadoria — vendida também, em menor escala, a pessoas que visitam o núcleo. Com o dinheiro arrecadado, Biu diz que dá para viver bem. “Tem que ter paciência. Trabalhar, sempre trabalhar. Não pode passar uma semana sem trabalhar. Se trabalhar, graças a Deus, dá para viver bem”, afirma.

    O bonequeiro vê em seu trabalho benefícios outros, não só econômicos. “O trabalho, quando é bom, ele é lucrativo e, além de ser lucrativo, é uma terapia. Quando se faz o que se gosta, vem também a recompensa na saúde da pessoa. Você está em casa, doente, está lá todo troncho, cheio de dor, então sai de casa, começa a trabalhar, esquece a doença. Trabalhar é uma beleza”, diz.

    E, em meio ao trabalho, a diversão sempre aparece para Biu, que não perdeu o encanto pelo brinquedo de sua infância, mesmo sendo agora uma mercadoria. “Ainda hoje eu costumo brincar. Enquanto eu estou fazendo boneco eu estou brincando. Quando pega a ferramenta pra fazer o primeiro brinquedo, já começou a brincadeira”, conta.

    Biu tinha 12 anos quando vendeu os primeiros brinquedos. Sua mãe ia para a feira vender outros produtos e levava junto a pequena produção de Biu, que não dispunha dos equipamentos apropriados para a confecção. “As ferramentas eram as facas da cozinha. Eu pegava escondido e ia trabalhar. Aprendi a fazer carrinho, mas não tinha um serrote. Meu sonho era ter um serrote”, diz ele, que encontrou uma solução. “Eu roubava escondido a serra de serrar osso do meu pai, que era açougueiro, e, enquanto ele ia para o sítio, eu ficava em casa serrando madeira, pra fazer os carrinhos.”

    Algo bem diferente de seu sistema de produção atual. “Hoje tenho na ativa três circulares, um desempeno, uma serra de fita, duas serras de tico-tico; tenho furadeira manual, tenho furadeira de bancada, tenho serra circular manual. Fora outras ferramentas pequenas. Eu diria que 80% do que precisa numa marcenaria eu tenho”, enumera.

    O artesão Biu já foi para a Feneart nos últimos dois anos, com um estande próprio, o Laboredo Artesanato. Ele faz seus produtos no Núcleo de Produção Artesanal de Bezerros, na Avenida Major Aprígio da Fonseca, 805, justo na fixa local da BR-232, no sentido de quem vem do litoral.




    TRAJETÓRIA - Antes de abraçar em definitivo a confecção de brinquedos, no entanto, Biu viveu outras experiências. Aos 16 anos, foi para o Recife estudar. Concluiu o primário (4ª série) e trabalhou no comércio e na construção. Voltou depois para Bezerros, comprou um serrote e recomeçou a fazer brinquedos, mas não teve muito sucesso e tentou novamente o comércio no Recife. Não deu certo, e ele regressou a Bezerros aos 21 anos. “Comecei a fazer alguma coisa no comércio. Vendia utensílios domésticos, fazia brinquedos. Anos depois, comprei a primeira máquina e então faço brinquedos até hoje. Já faz uns 25 anos que eu trabalho com brinquedo”, diz.

    A partir daí, o mané-gostoso virou praticamente um membro da família. “Ele está sempre em linha de frente. Não pode faltar em casa de jeito nenhum. É como se fosse o pão. Teve o mané-gostoso, tem o pão. Para você ter uma ideia, a minha decoração de casa é só mané-gostoso. Nos cantos das paredes, acho que até na cama tem mané-gostoso! Dorme fazendo, dorme sonhando que está fazendo mané-gostoso. Minha mulher uma vez disse que viu mané-gostoso andando pela casa. Aí eu disse: ‘isso aí já é fantasma’”, conta, com bom humor.

    Curiosamente, os dois filhos de Biu preferem outro tipo de brinquedo: os jogos eletrônicos, que estão em alta entre toda a garotada. Eduardo, 10 anos, adora jogar no computador e diz fazer isso por “muitas horas”. Já a brincadeira com o mané-gostoso dura “poucas horas”. Diego, 16, também é mais chegado nos eletrônicos.

    “Brincar de videogame, de jogo eletrônico, computador, essas coisas, para eles prestam, para mim não. Para mim, minha brincadeira era mais sadia. Mas tem que acompanhar o tempo, não é? Se agora, a inovação, todo mês surge um jogo diferente e as crianças gostam, tudo bem. Agora eu não concordo com isso. É uma loucura”, comenta Biu.

    Mesmo torcendo o nariz, Biu respeita os novos brinquedos. Ele defende que a criança tem mesmo é que brincar. De preferência com brincadeiras livres e com brinquedos artesanais, que ele julga serem mais saudáveis e mais estimulantes à imaginação. Mas toda forma de brincadeira é válida. “Eu acho que a criança tem que brincar. Brincar é o ideal”, diz.

    TRADIÇÃO - As brincadeiras modernas, que fascinam a garotada, não são uma ameaça aos brinquedos populares, na visão de Biu. Eles podem coexistir, até mesmo por um motivo interessante: diante da abundância das novidades (na visão dos mais velhos), o tradicional pode se tornar o novo no olhar dos pequenos.

    “O brinquedo popular é uma tradição e, ao mesmo tempo, é uma novidade. Porque a criança está acostumada só com computador, videogame e carrinho eletrônico e já está um pouco enjoada. Então, quando chega na feira, que tem uma banca de brinquedo popular, vai em cima e quer levar porque é novidade para eles. Para eles, para alguns pais. Tem criança que não sabe o que é o mané-gostoso, e tem adulto que nunca viu. As crianças acham interessante para brincar”, analisa.

    Biu Laboredo tem a convicção de que os brinquedos populares terão vida longa. “Tanto o brinquedo quanto a cultura continuam. O brinquedo popular é milenar; eu não conheço a origem, mas sei que é milenar. E ele vai prosseguir por muitos anos. A arte e o brinquedo popular”, profetiza.

    “A vida tem que ser sempre uma brincadeira e a pessoa tem que nascer criança e morrer criança. E eu acho que eu vou ser sempre criança, porque cada brinquedo que eu faço dá vontade de brincar. Faço um caminhão, dá vontade de amarrar um cordão e sair correndo por aí, sair brincando com ele”, confidencia, aos risos, empolgado com a conversa.

    Biu Laboredo, que não faz tantos planos para o futuro além de ver os filhos crescerem e gastar a sua nova cadeira de balanço até ficar velhinho, tem um desejo final.

    “Se um dia eu morrer, no lugar de flor no caixão, que botem um mané-gostoso por cima, antes de fechar ele. Para chegar lá no céu junto. Se eu for pro céu também, né? Não sei se vou. Imagina um bocado de mané-gostoso acompanhando: será que vai ter jeito? [risos]. Eu quero assim, não quero ninguém chorando, mané-gostoso pras crianças que tiverem acompanhando... Pode botar um carro de som tocando Asa Branca, de Luiz Gonzaga, que é melhor que o pessoal chorando. (...) Mas eu não vou morrer, não, nunca. Enquanto tiver criança no mundo, eu não morro. Se eu morrer, quem vai fazer brinquedo para as crianças?”

    Fonte: JC Online - http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/vidas-em-perfil/noticia/2011/09/04/biu-laboredo-e-a-incrivel-arte-de-fazer-brinquedos-295172.phpCOTIDIANO
    Pernambuco - 05.09.11 - Atualizado às 11h40

    CANTORIA: OS NONATOS

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